sexta-feira, 28 de maio de 2010

Lua

Eu queria ser a lua.
Se eu pudesse sê-la, eu poderia estar com você em qualquer lugar, em qualquer momento. Eu poderia te olhar, sempre. Eu poderia te acariciar lentamente, te abraçar envolventemente.
Eu seria a lua cheia. Lua cheia pra poder te encobrir com minha luz. Pra poder brilhar ainda mais forte, pra você notar a minha presença. Eu iluminaria os seus caminhos, e os faria cada vez mais brilhantes. Eu ficaria ali, parada na sua frente, e só te observando.
Mas isso não seria o suficiente. Eu te amo, então eu o faria oceano.


Você seria o oceano.
Se você pudesse sê-lo, você estaria comigo em todos os meus momentos, em todos os lugares. Você poderia me proteger, sempre. E você poderia retribuir às carícias e abraços.
Você seria o maior oceano. Cheio de poder para rebater minha luz, você poderia brilhar para mim, você poderia me fazer maior e mais bonita. Você me faria cada vez mais importante. E você não se acomodaria em ficar ali, me encarando.
Você me encontraria no horizonte.


Nós seríamos o horizonte.
Se nos pudéssemos sê-lo, nós estaríamos misturados em todos os lugares e em todos os momentos. Nós estaríamos juntos, nos abraçando e acariciando.
Nós seríamos o horizonte mais longe. Mais longe pra poder viver sob a nossa luz, construir nossos caminhos. Nós poderíamos, então, ser um do outro, e só um do outro. E nós, finalmente, poderíamos ficar ali, só nos olhando.
Porque, bem, nós seríamos a lua, o oceano, e o horizonte. Nós seríamos eternos.